10 setembro, 2007

Pequenos preconceitos, grandes impactos

Todo tipo de preconceito é muito ruim. Disso todos sabemos. O que me incomoda é que os tipos mais comuns são sempre os mais comentados, porém não acredito que eles tenham peso superior aos não comentados. Estou falando do preconceito em relação ao padrão estético. Este sempre existiu e, acredito eu, sempre irá existir. Porém, com o consumismo exacerbado dos últimos 30, 40 anos, isso está cada vez mais detalhado e menos tolerante. Isso porque se exigi cada vez mais uma estética pré-estabelecida pela mídia e pela própria sociedade. Desta forma, as pessoas passam a ser interpretadas pelo visual e não mais pelo que se é. Isso condena pessoas “esteticamente desconformes” a passarem por constrangimentos e humilhações.
Exemplos? É fácil! Vá um shopping e entre em lojas de roupas e pesquise em quantas você vai encontrar tamanhos grandes. E quando encontrar, veja se você, uma pessoa magra, usaria alguma dessas roupas. Transportes coletivos não são desenvolvidos para essas pessoas. Eu ficaria aqui descrevendo muitos exemplos. Porém, este não é o objetivo. O objetivo é que todos desenvolvem esses preconceitos sem perceber, pois este já está dado como “certo”. Desta forma, as pessoas passam cada vez mais a serem superficiais no quesito “pessoa” e mais importante no quesito “status”. Essa diferenciação entre pessoas e status transforma cada vez mais a sociedade desigual, preconceituosa e cruel.
O maior problema desse tipo de preconceito é que ele é desenvolvido quase que despercebidamente. E é esse que mais machuca o outro. São pequenos gestos e palavras ou mesmo os olhares que viabilizam esse preconceito. Fico me perguntando se esses “praticantes de preconceito” são tão perfeitos por dentro que se acham capazes de julgar os outros por fora.
Já falei disso várias vezes, mas como fiz esse texto para aula de cultura religiosa 2, achei bacana publicar. Que cada um tire as suas próprias conclusões.

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